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Archive for julho \31\+00:00 2009

 

placa-del-sol

 

 

Acabou o inverno.

 

E bastou três noites seguidas com clima de verão. Daquelas em que se sai de casa descuidadamente sem casaco, apesar de todo o alarde sobre a epidemia – histeria –  da gripe. Daquelas frequentadas por moças desavergonhadas em vestidos e saias, expondo pernas, braços e alma. Daquelas em que se desfila com os pés desnudos em sandálias e chinelinhos. Das noites indiscretas em que se dorme com a janela aberta e poucas – ou quase nenhuma – coberta.

 

Pois é no calor dessas noites que a alma não se aquieta. Quer sair às ruas, mesmo que sem calçadas, espiar toda essa gente que passa. E o riso vem quase que no encalço da brisa fresca que dissemina a alegria dos que vivem esses sonhos típicos de uma noite de verão. E até uma tristeza deslocada se torna tão pequena que parece desaparecer na alma que se engraça com o riso e a conversa.

 

E nestas noites longas –  pois a madrugada nos chega delicadamente sem o alarde do frio e nos faz perder a noção do tempo que adentra as últimas horas da noite -, o mundo todo se torna o nosso próprio quintal florido e doce. A alma não sossega mais em casa e qualquer lugar com mais de três paredes se torna sufocante. O que se deseja mesmo é se perder livremente na noite. Despretenciosamente, despreocupadamente.

 

Tá difícil ficar em casa nestas últimas noites…

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perdão

 

 

– Eu perdoo as pessoas porque sou uma alma elevada e iluminada.

– Pois eu não sou assim.

– Você não perdoa?

–  Seguinte, tem coisas que eu não perdoo porque acredito que existe uma função social por trás do “não-perdão”.

– Como assim?

– Vou te explicar melhor: as vezes, as pessoas fazem coisas MUITO erradas nesta vida. E se você é do tipo que perdoa TUDO, você está é compactuando com as coisas erradas do mundo. A pessoa vai lá e faz uma coisa MUITO errada com você, aí você sofre e tal, e logo perdoa. O outro nunca vai se dar conta do quanto pode machucar as outras pessoas e vai continuar leve e solto, repetindo eternamente suas mancadas e erros, esperando que todos sempre o perdoem, afinal, foi sempre assim na sua vida. Criamos pessoas inconsequentes agindo assim. Por isso, na vida, precisamos ser aquela ÚNICA pessoa de coragem que não perdoa. É a única forma das pessoas entenderem que quando se toma uma decisão, é preciso arcar com todas as suas consequências, sejam elas de nossa vontade ou não. E que alguns erros nunca serão perdoados. Será esse “não-perdão” que trará a consciência ao outro de que na vida é preciso agir com responsabilidade e integridade. Amadurecemos no momento em que entendemos que nem sempre as pessoas irão nos perdoar e é essa dor que evita a reiteração dos erros passados. Muitas vezes, eu não perdoo não é por MIM, mas é pela OUTRA pessoa.

 

E digo mais, perdoar é a mais difícil das virtudes.

É preciso muita sutileza, clareza e força para saber quando é preciso perdoar e quando não.

 

Além de que, com o passar do tempo, percebi que perdoar é muito mais do que não sentir ódio. A indiferença também é uma das facetas do não-perdão. Se digo “não sinto raiva de fulano pelo o que ele me fez”, mas não permito que ele volte a ter participação – por mais que seja como mero figurante – em minha vida, é porque, lá no fundo, ainda acredito que “fulano” não merece papel nenhum em meus dias, até naqueles sem graça. E se alguém não faz parte da minha vida, pouco me importa seus erros, que se tornam apenas dele e em nada afetam minha vida.

 

Passei muito tempo achando que tinha perdoado muitas pessoas em minha vida quando, na verdade, havia me aprimorado na arte de ser indiferente. Perdoar mesmo, só aprendi quando, há pouco tempo, uma pessoa conseguiu reconquistar minha mais profunda admiração. Só então senti o peso que é carregar rancor e mágoas por tanto tempo. Mas, como dizia anteriormente, perdoar é, das virtudes, uma das mais difíceis, pois não é um ato de razão, mas do nosso coração.

 

(Post dedicado a duas pessoas especiais em minha vida: minha eterna responsável do Cerejeira e àquela que é minha inspiração do que é ser uma diva)

 

 

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Saindo de uma loja de consertos na W3 sul:

– Caraca! Você ouviu o que ele disse? “Imagino que tenha uma residência, já que está acompanhado de sua ESPOSA”. Não acredito que DE NOVO acharam que somos casados, que inferno!!!

– Mi, na boa, acho que precisamos mudar nosso comportamento!

– Como assim?

– Tipo aquele dia em que você disse que sempre pedia tapioca de chocolate e eu corrigi dizendo: “chocolate com pedacinhos de castanha de cajú”. Fica realmente parecendo que somos um casal.

– Mas meu… eu NÃO abri a boca lá dentro!!

 

Pensando bem, talvez esse tenha sido meu erro. Observando alguns casais casados, tive a impressão que é só casar para acabar o assunto entre os dois.

 

 

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superpowers

 

 

– Olha o adesivo no carro aí da frente: “Deus cuida de mim” e o rosto de Jesus embaixo.. acho que a pessoa tá confundindo os personagens! Hum… ou seria Jesus dizendo “Deus cuida de mim”? Hum… nesse caso, se Deus estava cuidando dele e ele terminou crucificado, acho que prefiro eu cuidar de mim mesma…

 

 

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– E então a Joana passou mais de uma hora conversando comigo. É sério, eu tava ficando tonta de tanto que ela falava. Devagarinho, no jeito dela, mas não parava de falar. E começou a me aterrorizar com histórias fanáticas. Contou me sobre uma moça, filha de pais vegetarianos, nascida e criada como vegetariana, que no auge da sua rebeldia de adolescente – afinal, sabe como são os adolescentes, não é mesmo? –  resolveu se perder no mundo: começou a consumir bebidas alcóolicas e CARNE!! – quem é fã de barzinho sabe que uma cerveja sempre pede um petisco como acompanhamento. E adivinha o que aconteceu com a menina: morreu! Pois é, MORREU! E tem outra moça que novinha resolveu virar vegetariana. Passou quinze anos sem comer carne. Um dia voltou, e sabe o que aconteceu com ela? Ficou doente! Sabe como é, o organismo desacostuma, aí a pessoa cai doente. Ouvi todas essas histórias da boca da Joana e fiquei pensando o seguinte: pensa comigo, se você frequenta dez, vinte anos uma igreja de Deus e resolve ir embora, não te acontece nada. Agora experimenta sair do satanismo. Quando se mexe com o lado negro da força, magia negra e essas outras coisas, você não pode simplesmente sair, porque sempre tem um preço a ser pago. Não existe rescisão unilateral num pacto com o diabo. Sempre tem uma multa pesadíssima para quem faz isso, muitas vezes é até a própria vida. Ou seja, acho que vegetarianismo não é coisa de Deus não..  por isso que não abro mão de um churrasco nunca!

 

 

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carro

 

– Então, vamos começar pela parte da frente. Aqui do lado direito foi uma árvore. Já do lado esquerdo, não foi culpa minha! Foi um gol vermelho que deu ré sem olhar no retrovisor e acabou me acertando mas, ainda bem, foi só de leve! Agora nas laterais: isto aqui foi na pilastra da garagem quando estava voltando de viagem, depois de quase 36 horas sem dormir! Pois é.. e aqui do outro lado foi na saída da garagem, no dia que saiu meu edital! É, esse lado foi feio mesmo, você precisava ver o jeito que ficou a pilastra.. é.. foi com tudo mesmo.. e agora aqui atrás foi manobrando, bati num container! É porque eu estava na contra-mão, aí não consegui manobrar direito..

 

Resultado: sete dias sem carro.

 

 

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a raiva que sinto de alguém:

 

– Michelli, você já viu esse cartão do drive thru do Mc?

– Não.

– Você come muito lá, né?

– Não.

– Puxa.. achei que você comesse muito no Mc..

– Não.

– Você gosta do Mc, não é?

– Não.

– Hum.. ia perguntar se você quer um desses cartões.. quer?

– Não.

 

 

– Sabe pra onde vai isso?

– Não.

– Não é para a assessoria?

– Não sei.

– Sempre ia pra lá, não é mesmo?

– Não sei!

– Eu acho que sempre ia pra lá.

– Se você diz…

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aquela música sobre esquizofrenia da Regina Spektor

 

 

I hear in my mind
All these voices
I hear in my mind
All these words
I hear in my mind
All this music
And it breaks my heart
And it breaks my heart
And it breaks my ha-ah-ah, ah-ah-ah, ah-ah-ah, ah-ah-ah-aart
And it breaks my ha-ah-ah, ah-ah-ah, ah-ah-ah, ah-ah-ah-aart

 

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“Eu já o conheço há bem uns oito anos. .Ele estava de passagem por lá numa viagem de férias. Conversamos e ficamos por alguns dias. Logo ele foi embora para Brasília e eu nunca mais tive notícias dele. Ele sabia meu nome e onde eu morava, mas eu não sabia nada além do nome dele. Ficamos cinco anos sem nos ver e, durante este tempo, namorei outros meninos. Mas nunca consegui esquecer ele. Um dia, cheguei a conclusão que não dava mais para viver assim. Então, eu adicionei no messenger um endereço de e-mail que eu imaginava que pudesse ser o dele. Quando ele apareceu online, só mandei uma mensagem dizendo “acertei?”. E ele respondeu: “Gilberta?”. E já se passaram três anos juntos desde então…”

 

 

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Sobre ser fã

 

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– Enviei um e-mail de seu interesse.

– Tá, vou dar uma olhada agora.

 

Alguns minutos e com o gmail devidamente monitorado:

 

– Novo álbum do Wado? É o terceiro mundo festivo?

– Não. Esse você já tem. É Atlântico alguma coisa..

– Hum.. você já baixou?

– Não e você?

– Tenho medo!

– Por que, Mi? Medo de ser presa?

– Não não.. medo do álbum ser ruim.. achei o terceiro mundo tão fraquinho.. e eu queria ser fã de verdade de alguém.. não sou fã de ninguém..

– Nem do Yahoo??

– Nem do Yahoo.. é sempre a mesma coisa..  um dia, ouço uma música, um álbum, uma frase ou uma voz que me encanta. Então, penso: acho que desta vez é para valer mesmo, encontrei o grande amor da minha vida. Mas dali um pouquinho pra frente, sai uma música ruim ou algo do tipo que me decepciona. Aí fico tentando me iludir e mentir para mim mesma dizendo que deve ser só uma fase ruim – quem sabe ele tá passando por algum problema pessoal – e que logo tudo voltará a ser tão bom quanto era antes.. mas nunca volta! Tento não enxergar a verdade nua e crua estampada ali na frente da minha cara, empurrando a realidade com a barriga, tentando me convencer que é uma fase ruim que não demora a passar, mas não consigo me enganar por muito tempo..

– Mas isso é inevitável. Em se tratando de artistas, conseguir criar coisas geniais por uma ou duas décadas é para poucos.  E quanto a ser fã dos “mortos” como o Soares Silva?

– Não! Não é a mesma coisa! Eu quero ser fã para segui-lo no twitter, tentar ser adicionado como “melhor amigo” no orkut, acompanhar tudo o que é dito ou escrito sobre o meu ídolo, correr para comprar cd, dvd, bilhete de show, tudo na primeira hora em que forem lançados. Quero comprar descontroladamente bugingas com o rosto dele estampado ou com letras de suas músicas. Quero dormir em filas e gritar histericamente. E isso só é possível com os vivos. Ser fã de morto é coisa de quem tem medo de se envolver! Isso é coisa para os fracos! Quero o amor desmedido, quero mergulhar de cabeça!

– Se for para mergulhar de cabeça, quer mergulhar no mar. Não num chão de concreto!

– Nunca ouviu falar nos recifes de corais?

– Para que vou idolatar um artista se posso apenas ouvir o que eles produzem?

– Porque ser fã é isso! Já diz a canção: o sinônimo de amar é sofrer. Mas enfim, continuamos um outro dia. Agora sairei para comer alguma coisa. Discussões filosóficas sempre me abrem o apetite.

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